ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JORNALISTAS POETAS
Fundada em 10 de junho de 2004
Em 21 de fevereiro de 2014 - Ano dos nossos 10 anos.
O jornalista e poeta da prosa Airton Monte, em crônica escrita pouco antes de fazer sua última viagem, e, numa conversa com os amigos no Ideal Clube, nos disse:
"Livrai-me senhor, dos políticos safados, dos padres de passarela, dos juízes marreteiros, das baratas, das traças, dos cupins que infernizam o existir daqueles que amam os livros".
O Neno, na sua coluna É, transcreveu o pequeno texto no dia 14 de novembro de 2013.
PS.- Divulgamos Jornalistas e Poetas Convidados.
GALO
Jáder de Carvalho
(Autor de Terra Bárbara)
Galo do meu sertão,
relógio sonoro das madrugadas,
ontem, não contaste no seu terreiro.
Por quê?
Doente? esquecido? Ou acasalado?
Eu nunca te disse que o teu canto
é a hora exata do nosso aconchego:
o meu e o dela?
Tua voz se mistura aos nossos cochichos cautelosos,
E é certo que ela e eu despertamos ao mesmo instante.
Ana me vê pelo olfato
e, às vezes, o caminho nasce na minha pergunta:
- Não sabes mais o rumo da nossa rede?
Ontem, ó galo, não cantaste.
Os teus ponteiros de ouro, ó meu relógio,
não se moveram, à véspera do amanhecer.
Mas nós te perdoamos
Também deves ter, como nós
hora marcada para o coração.
LONGE
Vicente Alencar
(Autor de Madrugada Fria)
Longe estás,
e sinto muito pouco
onde agora estou.
Tua ausência
me embaraça
me faz sofrer.
Não vejo sorrisos
a minha frente,
não vejo teu olhar,
não ouço tua voz.
Não posso tocar-te
nem beijar-te.
Estou parado no tempo
a pensar em tí.
CIDADELA
Beatriz Alcântara
(Autora de Raízes do Tempo)
Quando tarde da noite
chego à janela
e vejo acesas na escuridão
algumas raras sentinelas
toca-me grande mal-estar
a avisar cautela
a anunciar o quanto
minha vida é pequena
parcela
na abissal escuridão
da cidade
ela também cidadela
tutelada
pelo escuro universo
irrevelado dos tempos.
Conselho Editorial:
Vicente Alencar
Fernando de Alencar
Izete de Alencar
Angelo Barreto
Celina de Freitas
OFICINA
Carlos Augusto Viana
(Presidente da Academia de
Letras e Artes do Nordeste-ALANE)
(Autor de PRIMAVERA EMPALHADA)
Canto
o frêmito
das espigas debulhadas
ao vento.
Canto
o empinar-se
das raízes para os sulcos
afluentes.
Canto
a rêmige
das águas novas:
inundando de verde
a memória.
TATUAGEM
Carlos Augusto Viana
Impossível
derrubar as cercas
do
espanto
ante
as patas do cavalo
presas à garganta:
a infância
se
árido o corpo
ainda germina.
PROTEÇÃO
Vicente Alencar
(Presidente da Academia Cearense
da Língua Portuguesa - ACLP).
(Autor de MADRUGADA FRIA).
Tua tranquilidade
como mulher
me preocupa.
és tão suave,
que sinto medo,
possas sofrer,
mais que outros
neste mundo louco
que vivemos.
Gostaria de protege-la
minuto a minuto,
dia adia,
pois mesmo agindo
a minha maneira
maneira
temo por tua vida.
Vivemos dias difíceis
pois a insegurança
ocupa todos os espaços.
Assim precisas
cada dia mais
Carlos Augusto Viana
(Presidente da Academia de
Letras e Artes do Nordeste-ALANE)
(Autor de PRIMAVERA EMPALHADA)
Canto
o frêmito
das espigas debulhadas
ao vento.
Canto
o empinar-se
das raízes para os sulcos
afluentes.
Canto
a rêmige
das águas novas:
inundando de verde
a memória.
TATUAGEM
Carlos Augusto Viana
Impossível
derrubar as cercas
do
espanto
ante
as patas do cavalo
presas à garganta:
a infância
se
árido o corpo
ainda germina.
PROTEÇÃO
Vicente Alencar
(Presidente da Academia Cearense
da Língua Portuguesa - ACLP).
(Autor de MADRUGADA FRIA).
Tua tranquilidade
como mulher
me preocupa.
és tão suave,
que sinto medo,
possas sofrer,
mais que outros
neste mundo louco
que vivemos.
Gostaria de protege-la
minuto a minuto,
dia adia,
pois mesmo agindo
a minha maneira
maneira
temo por tua vida.
Vivemos dias difíceis
pois a insegurança
ocupa todos os espaços.
Assim precisas
cada dia mais
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