INSTITUTO CEARENSE DE CULTURA
PORTUGUESA
SATANISMO
Poeta Haroldo Lyra
(Da União Brasileira de Trovadores-UBT)
Secção de Fortaleza.
No braço havia laivos supurantes,
dermatos que não cicatrizava,
apesar dos cuidados que eu tomava
ressumava umas bolhas irritantes.
Um fervilhar atroz já me acoitava
comichões das moneras urticantes,
tão sebáceas quanto horripilantes.
Que um protoplasma, vil, satanizava.
No rastro patogênico do germe,
o desespero obscuro da epiderme
bramia, refutando essa desdita,
angústia de extirpar a excrescência,
como, firme, impusera a competência
da doutora Lizete Rocha Pitta.
LÍNGUA-MAR
Poeta Adriano Espínola.
(Da Academia Carioca de Letras).
A língua em que navego, marinheiro,
na proa das vogais e consoantes,
é a que me chega em ondas incessantes`
à praia deste poema aventureiro.
É a língua portuguesa, a que primeiro
transpôs o abismo e as dores velejantes,
no mistério das águas mais distantes,
e que agora me banha por inteiro.
Língua de sol, espuma e maresia,
que a nau dos sonhadores-navegantes
atravessa o caminho dos instantes,
cruzando o Bojador de cada dia.
Ó língua-mar, viajando em todos nós.
No teu sal, singra errante a minha voz.
UM CASO DE AMOR
Poetisa Francinete Azevedo.
(Da Academia Feminina de Letras).
Quem não gostaria
de vivenciar um amor sincero,
Alucinante?
Uma paixão avassaladora,
uma relação comprometida
apenas, com a felicidade!
Os melhores momentos
da vida a dois,
devem ser coroados
de ternura
e de alegrias infindas,
para que se tornem
recordações inesquecíveis.
O amor dá colorido a Vida!
PERFUME
Poeta Vicente Alencar
(Da União Brasileira de Trovadores-UBT)
Ao encontrar
ao sentir
teu perfume
eu sinto você
eu vivo você
Teu perfume
me perturba
me aquece
me envolve.
Transforma-se em saudade
que não se apaga
que não termina.
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