Ao meu lugar
Margarida Alencar
( Da Academia Camocinense de Ciências, Artes e Letras- ACCAL)
A tarde, como um barco,
Atracou no nosso porto,
Trazendo um lento crepúsculo.
E, as brumas do entardecer
Encobriram a vista da Ilha Encantada.
A maré cheia balouçava as canoas,
que repousavam na branca areia.
O porto estava calmo,
como que entorpecido, como eu.
Fui caminhando, acariciando,
de leve, as areias finas da praia,
salpicadas de conchinhas róseas e marrons.
Vez em quando, as espumas das ondas,
as mais afoitas,
vinham beijar-me so pés descalços...
Chequei depois da tormenta,
a chuva lavou o ar
e o céu voltou àquele azul
de antes.
A paz, também chegou
porque eu regressei.
O mar e a noite são o nosso porto
A água negra e o mundo adormecido
me rodearam,
mas, a aurora, em breve chegará.
Sinto que estou, novamente, em casa!
O meu lugar me recebeu como dantes
- de braços e coração abertos.
Da balaustrada vi uma lua nova,
como uma vírgula,
que meu deu as boas vindas!
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