TROVAS DE GISELDA MEDEIROS
Teus
olhos são tão bonitos...
De
fitá-los não me esqueço;
são
dois mundos infinitos
sem
meio, fim nem começo.
Em
noites de lua cheia,
a
minha alma ouvir procura
o
canto azul da sereia
que
em meu peito ainda perdura...
Amado,
são os teus olhos
um
turíbulo a incensar,
de
ternura, os meus abrolhos
para
que eu possa sonhar...
É
teu sorriso, querido,
ao se abrir com
harmonia,
um sol maior
sustenido,
na pauta azul da
poesia.
Mentiras... dizes,
não calas...
Eu gosto delas.
Deveras,
verdades de amor
propalas
nessas mentiras
sinceras.
Trovador, segue
risonho,
a empinar, com arte
nova,
pelos céus azuis do
sonho,
as leves pipas da
Trova!
Amei-te, amor, tanto
e tanto...
Amei-te mais do que
pude!
Por isso, fiz deste
pranto
a minha maior
virtude...
Da pátria do amor
distante,
sem o brasão dos
teus braços,
sou bandeira
tremulante
no vazio dos
espaços.
Meu amor, quando
sorris
e quando me beijam,
sábios,
teus lábios são
colibris,
sugando o mel dos meus
lábios.
Eu acho que os ais
tristonhos
das ondas, sempre a rolar,
são os lamentos dos
sonhos,
presos
nas conchas do mar..
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